
Um misto de sentimentos tomava conta de mim conforme eu me aproximava de Roma. Ao mesmo tempo em que queria chegar logo, pois já estava um pouco cansada de toda a caminhada, comecei a sentir falta do Caminho.
Eu estava tão acostumada ao silêncio, à vida nômade, ao andar em meio à natureza todos os dias, a ter uma vida simples, a levar tudo o que eu precisava numa mochila. Como seria voltar ao burburinho das grandes cidades?
Meu corpo também já estava completamente adaptado ao caminhar diário. Eu caminhava mais rapidamente e com bastante facilidade entre as pedras. Os bastões de caminhada, indispensáveis no início da peregrinação, já quase não eram usados (apenas em subidas ou descidas íngremes em meio à mata).
O peso da mochila também não incomodava tanto, apesar de que uma dorzinha num dos músculos das costas começava a incomodar. Também, pudera, eu era a única peregrina desavisada que carregava um notebook…
A caminhada deste dia era curta se comparada a tantas outras que havia feito, apenas quinze quilômetros. E foi belíssima no quesito paisagem natural.
Nela reparei que ainda não havia feito nenhuma fotografia da minha mochila encostada no chão, algo que eu fazia muitas vezes durante a caminhada: para descansar, comer ou pegar algo que precisasse. Deixei de fotografar muitas imagens do cotidiano na peregrinação, aliás. Se fosse hoje, eu teria filmado e fotografado todos os locais onde dormi, as refeições diárias e as pessoas que encontrei.
Nessa noite, por exemplo, jantei em Riete com os dois peregrinos que conheci na véspera, o alemão Tobias e a irlandesa Linda. Eles jantaram um hambúrguer, mas eu já tinha ido ao mercado e comido algo vegano. Aproveitei para tomar um vinho com eles.
Os dois não seguiriam viagem na mesma rota que eu no dia seguinte. Pegariam um trem e pulariam alguns trechos para chegar a Roma a tempo antes do término das férias deles.
Eu seguiria religiosamente meu percurso até Roma, caminhando, como o programado. E agora eu estava cada vez mais perto.
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