“Não acredito, Gabriela, como você pôde ser tão burra?” Dizem que os acidentes de carro são mais frequentes quando estamos perto de casa, e, distraídos, relaxamos no volante. Coisa parecida aconteceu comigo no segundo dia da peregrinação.
Eu já tinha aprendido a usar o aplicativo com as trilhas e me sentia cheia de energia ao subir com rapidez os mil metros de elevação daquele percurso. Confiante, deixei para trás as duas agradáveis peregrinas alemãs, mãe e filha, com quem cruzei em meio às vinícolas da primeira metade do trajeto. Caminhei com elas por algumas horas e resolvi avançar o passo para voltar a observar a paisagem e conversar comigo mesma, que é o que faço quando caminho em silêncio.
Uma hora depois, eu já havia passado da metade daquele percurso de 19 km, quando, esbaforida após uma íngreme subida no meio da floresta, fui olhar o aplicativo para conferir se estava na direção certa e, sem querer, APAGUEI a trilha que eu seguia.
Isso mesmo, apertei o botão de excluir a trilha.
Não havia qualquer sinal no meio do mato e era impossível baixá-la novamente.
Resultado? Me xinguei horrores e não tive outra alternativa senão seguir sem GPS mesmo, apenas confiando nas marcações do caminho.
Claro que me perdi. Depois de cruzar uma estrada, fui reto quando era para ter virado à esquerda. Um desvio de uns cinco quilômetros a mais. Apenas percebi o erro quando notei que não chegava nunca.
Por sorte, em determinado momento, encontrei com um casal no meio de uma estrada de terra e eles me indicaram as direções até Consuma, meu destino naquele dia.
Os anfitriões já estavam preocupados e descobri que o sinal do meu celular estava de volta porque recebi uma ligação deles. “Dove stai”, perguntaram, ansiosos.
Cheguei com cerca de uma hora e meia de atraso e fui recebida com sopa de vegetais, vinho e um agradável encontro com outros peregrinos que estavam pelo caminho, mas não nos encontramos. Eu nem era devota de São Francisco, mas mesmo assim ele cuidou de mim.
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